quarta-feira, 16 de outubro de 2013

JOGO PARA O DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DO ALUNO DEFICIENTE INTELECTUAL

    Os jogos e brincadeiras para as crianças com deficiência intelectual constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual e social.
    De acordo com VYGOTSKY(1998), a arte de brincar pode ajudar a criança com necessidades educativas especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam e consigo mesma.
   Através dos jogos e brincadeiras a criança com deficiência intelectual pode desenvolver a imaginação, a confiança, a auto-estima, o auto-controle e a cooperação. Os jogos e brincadeiras proporcionam o aprender fazendo, o desenvolvimento da linguagem, o senso de companheirismo e a criatividade.
    A utilização do jogo como recurso didático pode contribuir para o aumento das possibilidades de aprendizagem da criança com deficiência intelectual, pois através desse recurso, ela poderá vivenciar corporalmente as situações de ensino aprendizagem, exercendo sua criatividade e expressividade, interagindo com outras crianças, exercendo a cooperação e aprendendo em grupo.
    Segundo IDE (2008),

    O jogo possibilita à criança deficiente mental aprender de acordo com seu ritmo e suas capacidades. Há um aprendizado significativo associado à satisfação e ao êxito, sendo este a origem da autoestima. Quando esta aumenta, a ansiedade diminui, permitindo à criança participar das tarefas de aprendizagem com maior motivação.

    O uso do jogo também possibilita melhor interação da criança deficiente mental com os seus coetâneos normais e com o mediador. Os jogos e brincadeiras são instrumentos metodológicos através dos quais os educadores de crianças com necessidades educativas especiais podem estimular o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, moral, lingüístico e físico-motor; como também propiciar aprendizagens curriculares específicas.
    Porém, as atividades lúdicas devem ser orientadas de acordo com os objetivos que se quer alcançar. Podendo ser o desenvolvimento das habilidades motoras, habilidades perceptivas ou a noção de tempo e espaço. Em outro momento pode dar ênfase na formação de noções lógicas, como seriação, conservação e classificação. O objetivo também pode ser o trabalho em grupo, como forma de desenvolver a cooperação e a socialização.
    O lúdico possibilita que a criança com deficiência intelectual se torne cada vez mais autônoma, melhorando a auto-estima e a consciência corporal. Pelo jogo, a criança aprende, verbaliza, comunica-se com as pessoas, internaliza novos comportamentos e, conseqüentemente, se desenvolve.
    Sob o ponto de vista do desenvolvimento da criança com deficiência intelectual, a brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas.
    Ainda segundo IDE,

    A possibilidade de exploração e de manipulação que o jogo oferece, colocando a criança deficiente mental em contato com as normais, com adultos, com objetos e com o meio ambiente, propiciando o estabelecimento de relações e contribuindo para a construção da personalidade e do desenvolvimento cognitivo, torna a atividade lúdica imprescindível na sua educação.

    Ter consciência de que a criança com deficiência intelectual é um todo integrado, é condição básica para o êxito do seu desenvolvimento com o brinquedo. E o professor que assume uma postura metodológica pautada no lúdico deverá organizar o seu trabalho de forma a estimular ao máximo o desenvolvimento das habilidades do seu aluno, estando sempre ao seu lado, participando, mediando e orientando-o nas atividades realizadas com o brinquedo.

    
JOGO RESTA UM




    Escolhi o jogo Resta 1 por ser   lúdico, acessível e de fácil  entendimento de suas regras.
   O uso do jogo, possibilita a criança a aprender de acordo com seu ritmo e suas capacidades. Compreendem os objetivos, as regras e reconhecem a vitória e derrota observando se a tarefa foi bem realizada. Este é o maior desafio. Construir competências e habilidades que favoreçam o jogar bem, dominar procedimentos para alcançar soluções dos problemas enfrentados nas situações do jogo. A apresentação do jogo como meio para desenvolver a aprendizagem, inclusive de conteúdos da sala de aula, merece destaque porque além do mesmo contribuir para a construção cognitiva, desenvolve também aspectos sociais de cooperação de forma lúdica e prazerosa. 

Estimula:
Raciocínio lógico – matemático, construção de regras, elaboração de estratégias, atenção e concentração, antecipação, perseverança no jogar, chegando até aos movimentos de pinça que são tão importantes para o desenvolvimento da coordenação motora.

Descrição:
    O resta 1  é  um quebra - cabeça  que consiste em deixar o mínimo de peças no tabuleiro, existe uma pontuação para a quantidade de peças deixas no tabuleiro, a que tem maior valor é deixar apenas uma peça no centro do tabuleiro. O jogo contém 32 peças e tabuleiro com 33 furos. O objetivo é saltar as peças para espaço vazio retirando do jogo a peça saltada, as peças se movem pulando as outras na horizontal e na vertical, nunca na diagonal, se a peça que acabou de se mover puder fazer um novo pulo, numa sucessão de pulos (isso é considerado uma única jogada), o jogo termina quando não existirem mais peças a serem saltadas. 


Resta 1 adaptado com bolinhas de gude



Resta 1 confeccionado com material reciclado




Possibilidades de exploração:
    Visitei o site: http://www.atividadesinfantis.com.br/2013/04/atividades-infantis-jogo-resta-um.html  e encontrei uma sugestão  de realizar uma atividade com o auxílio   desse  jogo!


Materiais:
Jogo resta um
Letras móveis

Desenvolvimento:
    Separe a turma em duplas ou em quartetos, sendo que para cada aluno deverá ter um conjunto de peças de uma cor. Cada aluno tira uma letra do potinho se ele souber identificá-la pode colocar uma peça sua no tabuleiro, quando não souber a letra é colocada do lado. No final das letras quem tiver mais peças no tabuleiro ganha, porém o mais importante, para o professor , são as letras deixadas ao lado. Visualizando quais são as letras que mais os alunos tiveram dificuldade de identificar o professor pode focar no ensino das mesmas nas próximas aulas.
    Note que tanto ao pegar as letras e as peças quanto ao colocar as peças no tabuleiro a criança está exercitando a motricidade fina.

Intervenções do professor de AEE:
    O professor de AEE é responsável pela mediação do jogo com o aluno, no sentido de propiciar a aprendizagem de regras, analisar condutas e estratégias, avaliar melhores procedimentos, incentivar as construções para que sejam mobilizadas as estruturas mentais e favorecer a aprendizagem dos conteúdos escolares.
    Neste jogo, tem a oportunidade de verificar como o aluno  pensa e logo, transformar esses pensamentos em recursos de aprendizagem, levando-os a rever a produção realizada na jogada anterior, e conseqüentemente o estímulo a melhorar seus resultados. Meirieu (1998) diz que através de situações problemas que o individuo ativa suas estruturas mentais e negocia pessoalmente estratégias para resolvê-las. Completa ainda que o desejo de aprender acontece na superação da dificuldade e é esse prazer que faz com que o aluno tenha êxito na escola. 


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
MAFRA, Sônia Regina Correia. O lúdico e o desenvolvimento da criança deficiente intelectual, 2008.